Olá, aqui é a Carol Lima! Fissurada em nerdice das mais diversas desde a infância, acabei me apaixonando de vez pelo Homem-Aranha por conta dos filmes do Sam Raimi e, consequentemente, decidi embarcar no mundo dos quadrinhos. O foco inicial era nas histórias do Teioso, mas esse amor se expandiu para as mais diversas tramas dos mais diversos heróis Marvel,exploração essa que se limitava às adaptações para o cinema, as animações e games. Os rapazes da Nerd Vintage perceberam essa loucura toda e me convidaram para colaborar, atitude essa pela qual sou extremamente grata!
O início dos anos 2000 foi um dos períodos mais convidativos para novos leitores da Marvel, principalmente àqueles que desejavam acompanhar uma HQ do Homem-Aranha. A fase do roteirista J. Michael Straczynski nas histórias do Aracnídeo na Terra-616 (universo principal) havia começado, apesar de ser melhor apreciada com uma certa bagagem de conhecimento acerca dos principais acontecimentos na vida do herói, ainda assim não deixava de intrigar aqueles que sabiam apenas o básico, vendo um Peter mais maduro, sendo professor e enfrentando uma turbulência no seu casamento com Mary Jane Watson. E o novíssimo universo Ultimate, que se tratava de uma reinvenção dos personagens da Casa das Ideias para uma nova geração, chegava com tudo, sendo conhecido no Brasil por dois nomes: Marvel Século 21, pela Editora Abril, e Marvel Millennium, quando relançado desde o início pela Panini.
Mas nem todo mundo conseguiu acompanhar ambas as publicações, ou apenas uma, desde o lançamento. Decerto que dava para pegar edições avulsas aqui e ali, mas a graça de acompanhar um personagem que você ama é algo cativante demais, então ainda havia essa necessidade de pegar o primeiro volume de uma revista do Teioso e ir até o fim. Como se atendendo a um chamado, eis que, em maio de 2005, a Panini lança a HQ Geração Marvel: Homem-Aranha. Diferentemente do Universo Ultimate, Geração Marvel se propunha a recontar as primeiras aventuras de Peter Parker como o herói mascarado com uma roupagem mais contemporânea, mas mantendo a estrutura e batidas de roteiro estabelecidas por Stan Lee e Steve Ditko. E vale mencionar que esse foi o primeiro trabalho do artista Mark Brooks na Marvel, onde ele ficou encarregado de fazer a arte de algumas das capas e histórias. Hoje em dia seu estilo pende mais ao realista, mas nessa época seu traço era bem mais estilizado, até mesmo comparável ao que vemos em alguns mangás.
E assim foi até a edição 20, onde o herói enfrenta o Besouro. Essa era a última da Marvel Age, nome original, e pouco depois fora lançada a HQ Marvel Adventures, cujo propósito era o mesmo de sua predecessora, mas que não possuíam um vínculo entre si. Contudo, a Panini resolveu continuar com o nome Geração Marvel e o primeiro volume de MA prosseguiu com a numeração, sendo agora o volume 21 da GM. As primeiras histórias dessa “nova fase” continuaram a ideia de recontar algumas das tramas apresentadas na década de 60, incluindo a origem do Aranha, mas pouco depois elas tomaram um rumo próprio. Outro ponto importante é que GM começou contendo também uma roupagem mais contemporânea das primeiras edições do Quarteto Fantástico no mix, mas logo sumiram. MA saiu por aqui separadamente, tendo revistas próprias d’Os Vingadores, do Quarteto Fantástico e do Quarteto Futuro.
Essa nova fase logo acabaria, mais precisamente em dezembro de 2007. Todas as revistas Geração Marvel foram descontinuadas, com uma mensagem ao fim de suas últimas edições aqui no Brasil, recomendando as demais HQs publicadas. Foi amargo, em muito por ser algo aparentemente vindo do nada. Numa época em que a Internet ainda estava tentando se firmar, era um pouco frustrante conferir o site oficial da Marvel e constatar que Marvel Adventures ainda era publicada nos EUA. O que restava aos leitores que possuíam essa mesma rotina era imaginar como seriam essas novas histórias.
Então imaginem minha surpresa colossal quando a Panini anunciou esse ano que iria relançar Marvel Adventures desde o começo, agora com o devido nome de Aventuras Marvel, e que já se encontra em publicação. E não mais separada para cada personagem e equipe; cada edição contará com variadas histórias do selo, com muito mais heróis do que recebemos na fase de transição da Geração Marvel em janeiro de 2007. Demorou bastante, mas parece que a galera que começou a ler com essa HQ finalmente terá sua justiça.
